A merenda escolar, servida nas escolas públicas há 50 anos, vem se
transformando em alimento farto para variadas disciplinas. Professores e
gestores têm usado a cozinha e a horta para criar práticas pedagógicas e
estimular os alunos, tanto na aprendizagem de conteúdos quanto na
aquisição de hábitos alimentares saudáveis. Às vésperas do ano da
realização da Copa do Mundo, a alimentação equilibrada e a prática de
atividades físicas foram temas de projetos apresentados em todo o Brasil
durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, de 21 a 27 de
outubro último.
Em Brasília, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE)
apresentou experiência com a alimentação escolar. Alunos de escolas
públicas e particulares puderam participar de oficinas e aprender a
elaborar pratos saudáveis. “Até 2002, o foco da merenda escolar era
combater a evasão escolar. O legislador entendia que o aluno ia para a
escola para comer. Hoje, há um entendimento que a merenda é um processo
educativo, de formação de hábitos saudáveis e que deve contribuir para
aprendizagem e o rendimento escolar”, observa Albaneide Peixinho,
coordenadora-geral do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae).
Operacionalizado pelo FNDE, o Pnae é referência para vários países em
todo o mundo. O programa permite às prefeituras pagar até 30% a mais
por produtos de origem orgânica originários da agricultura familiar. “O
foco do Pnae não é dar comida de qualquer jeito, mas oferecer um
cardápio equilibrado, elaborado por nutricionista, e envolver
professores na alimentação saudável”, acrescenta a coordenadora. “Os
professores devem entrar com a teoria para orientar os alunos.”